segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

CAPITULO 13

Aos dezessete anos, a minha vida mudou para sempre.
Ao caminhar pelas ruas de Beaufort quarenta anos mais tarde, recordando aquele ano da minha vida, lembro-me de tudo tão intensamente como se ainda estivesse a desenrolar-se diante dos meus olhos.
Lembro-me de Jamie a responder afirmativamente à minha pergunta ansiosa e de como ambos começamos a chorar. Lembro-me de falar com Hegbert e com os meus pais, explicando-lhes o que precisava de fazer. Pensaram que só queria fazê-lo por Jamie, e os três tentaram dissuadir-me, especialmente quando perceberam que Jamie tinha dito que sim. O que eles não compreendiam, e tive de tornar isso claro, era que eu precisava de o fazer por mim.
Estava apaixonado por ela, tão profundamente apaixonado que não me importava que ela estivesse doente. Não me importava que não fôssemos ter muito tempo juntos. Nada disso tinha qualquer importância para mim. A única coisa que importava era fazer o que o meu coração me dizia que estava certo. Na minha mente, era a primeira vez que Deus falara diretamente comigo e tinha a certeza de que eu não iria desobedecer.
Sei que alguns de vós podem interrogar-se se eu não estaria a fazer aquilo por compaixão. Alguns dos mais cínicos podem até interrogar-se se eu não o teria feito porque, em qualquer caso, ela iria morrer em breve, e eu não me estaria a comprometer muito. A resposta a ambas as perguntas é não. Teria casado com Jamie Sullivan independentemente do que acontecesse no futuro. Teria casado com Jamie Sullivan se o milagre por que estava a rezar se tivesse, de súbito, realizado. Sabia disso no momento em que a pedi em casamento, e ainda o sei hoje.
Jamie era mais do que a mulher que eu amava. Naquele ano, Jamie ajudou-me a tornar-me o homem que sou hoje. Com a sua mão firme, mostrou-me como era importante ajudar os outros; com a sua paciência e generosidade mostrou-me o verdadeiro sentido da vida. A sua alegria e otimismo, mesmo na doença, foi a coisa mais admirável que alguma vez testemunhei.



Fomos casados por Hegbert na igreja Baptista, o meu pai ao meu lado como padrinho. Isso foi outra coisa que ela fez. No Sul, é tradição ter o nosso pai a nosso lado, mas para mim aquela tradição não teria tido muito significado antes de Jamie entrar na minha vida. Jamie aproximara-me novamente do meu pai; de uma maneira ou de outra tinha também conseguido sarar algumas das feridas entre as nossas famílias. Depois do que ele tinha feito por mim e por Jamie, sabia que, afinal, o meu pai era alguém com quem poderia sempre contar e com o passar dos anos a nossa relação continuou a fortalecer-se até à sua morte.
Jamie também me ensinou o valor do perdão e o poder de transformação que ele proporcionava. Percebi isso no dia em que Eric e Margaret foram a casa dela. Jamie não guardava qualquer rancor. Vivia a sua vida de acordo com os ensinamentos da Bíblia.
Jamie não foi apenas o anjo que salvou Tom Thornton, foi o anjo que nos salvou a todos.

Tal como ela tinha desejado, a igreja estava a abarrotar de gente. Estavam mais de duzentos convidados lá dentro, e mais ainda esperavam lá fora, quando nos casamos a 12 de Março de 1959. Porque nos casamos tão em cima da hora, não houve tempo para fazer muitos preparativos, e as pessoas esforçaram-se ao máximo para tornar o dia tão especial quanto possível, aparecendo simplesmente para nos apoiar. Vi toda a gente que conhecia - Miss Garber, Eric, Margaret, Eddie, Sally, Carey, Angela, até Lew e a sua avó - e não havia olhos sem lágrimas na igreja quando se começou a ouvir música anunciando a entrada da noiva. Embora Jamie estivesse muito fraca e não tivesse saído da cama há duas semanas, ela insistiu em caminhar ao longo da nave da igreja para que o pai a pudesse conduzir ao altar.
- É muito importante para mim, Landon - dissera. - Faz parte do meu sonho, lembras-te?
Embora pensasse que isso seria impossível, concordei acenando com a cabeça. Não podia deixar de admirar a sua fé.
Eu sabia que ela tencionava levar o vestido que tinha usado na Playhouse na noite do espetáculo. Era o único vestido branco disponível assim de repente, embora soubesse que agora lhe ficaria mais largo. Pensava em como Jamie iria parecer com o vestido, quando o meu pai, que esperava comigo em frente da assembléia, colocou a mão no meu ombro.
- Estou orgulhoso de ti, filho.
Acenei com a cabeça.
- Também estou orgulhoso de si, pai.
Era a primeira vez que lhe dizia aquelas palavras.
A minha mãe estava na fila da frente, limpando repetidamente os olhos com o lenço aos primeiros acordes da Marcha Nupcial. As portas abriram-se, e vi Jamie sentada na sua cadeira de rodas, com uma enfermeira ao lado. Com todas as forças que lhe restavam, Jamie levantou-se tremula enquanto o pai a apoiava. Em seguida, Jamie e Hegbert começaram a percorrer lentamente a nave da igreja, enquanto todos na igreja observavam em silêncio e maravilhados. A meio do percurso, Jamie pareceu subitamente cansar-se. Pararam enquanto ela recuperava o fôlego. Os seus olhos fecharam-se, e, por um instante, pensei que ela não fosse capaz de continuar. Sei que não decorreram mais do que dez ou vinte segundos, mas pareceu muito mais tempo. Por fim, ela acenou levemente com a cabeça. Depois, Jamie e Hegbert começaram de novo a andar, e eu senti o meu coração dilatar-se de orgulho.
Aquele tinha sido, lembro-me de assim ter pensado, o percurso mais difícil que alguém jamais tivera de realizar.
Em todos os sentidos, um percurso inesquecível.
A enfermeira levou a cadeira de rodas para a frente e Jamie e o pai caminhavam na minha direção. Quando ela, por fim, chegou ao pé de mim, ouviram-se suspiros de alegria e toda a gente começou espontaneamente a bater palmas. A enfermeira colocou a cadeira de rodas em posição, e Jamie sentou-se de novo, exausta. Com um sorriso, ajoelhei-me para estar ao mesmo nível que ela. O meu pai fez, então, o mesmo.
Hegbert, depois de beijar Jamie na face, pegou na sua Bíblia para iniciar a cerimônia. Agora, concentrado apenas no serviço religioso, parecia ter abandonado o papel de pai para se ocupar de algo mais distante, onde poderia controlar as suas emoções. No entanto, podia vê-lo a lutar ali mesmo à nossa frente. Colocou os óculos na ponta do nariz e abriu a Bíblia, depois olhou para Jamie e para mim. Hegbert estava muito mais alto do que nós e percebi que ele não tinha previsto que fôssemos ficar a um nível mais baixo. Por um momento, permaneceu de pé, quase confuso, depois, surpreendentemente, decidiu ajoelhar-se também.
Hegbert começou a cerimônia à maneira tradicional, lendo em seguida a passagem da Bíblia que Jamie me mostrara uma vez. Sabendo como ela estava fraca, pensei que ele quisesse pronunciar os votos imediatamente a seguir, mas mais uma vez Hegbert me surpreendeu. Olhou para Jamie e para mim, depois para a assembléia e de novo para nós, como se à procura das palavras certas.
Aclarou a garganta, e a sua voz elevou-se para que todos a pudessem ouvir. Foi isto o que disse:
- Como pai, devia dar a minha filha, mas não sei se sou capaz de o fazer.
A assembléia quedou-se silenciosa. Hegbert fez-me sinal com a cabeça, pedindo-me para ser paciente. Jamie apertou-me a mão em sinal de apoio.
- Não posso dar Jamie assim como não posso dar o meu coração. Mas o que posso fazer é deixar que outra pessoa partilhe da alegria que ela sempre me deu. Que Deus vos abençoe aos dois.
Foi então que ele pôs de lado a Bíblia. Estendeu os braços, oferecendo-me a mão, e eu tomei-a, completando o círculo.
Em seguida, conduziu-nos através das nossas promessas solenes.
O meu pai entregou-me a aliança que a minha mãe me ajudara a escolher, e Jamie deu-me uma também. Enfiámo-las nos dedos. Hegbert observou-nos enquanto o fazíamos e, quando, por fim, estávamos prontos, declarou-nos marido e mulher. Beijei Jamie ternamente enquanto a minha mãe começava a chorar, depois segurei a mão de Jamie na minha. Diante de Deus e de todos, prometi o meu amor e a minha devoção, na doença e na saúde, e nunca me senti tão bem em relação a coisa alguma.
Aquele foi, lembro-me, o momento mais maravilhoso da minha vida.
Passaram-se já quarenta anos, e ainda me lembro de tudo o que aconteceu naquele dia. Posso estar mais velho e sensato, posso ter vivido outra vida desde então, mas sei que quando, finalmente, chegar a minha vez, as recordações desse dia serão as imagens finais que flutuarão pela minha mente. Ainda a amo, e nunca deixarei de usar a minha aliança. Em todos estes anos, nunca senti vontade de o fazer.
Respiros fundos, inalando o ar fresco da Primavera. Apesar de Beaufort ter mudado e de eu ter mudado, o ar não mudou. É ainda o mesmo ar da minha infância, o ar dos meus dezessete anos e quando o expiro, volto a ter cinqüenta e sete anos. Mas isso não tem importância. Sorrio ligeiramente, olhando para o céu, sabendo que existe uma coisa que ainda não vos disse: acredito agora que os milagres podem acontecer.




Fim

“O amor é como o vento: Não se vê, mas se sente”.

13 comentários:

Anônimo disse...

Noom teem muita haaver coom o filmee, mas eh simplesmente maravilhoso tambem a sua maneira, obrigado por ter me dado o prazer de ler este livro.

Claudiane Andrade disse...

Muito obrigada por ter postado esse livro. Assiti ao filme, e único como foi nunca vi nenhum filme igual e sinsero. O livro, confesso me emocionou e comoveu mais, mas isso não muda o fato do valor que essa história quis mostrar: O amor é essêncial na vida de todos os seres humanos. Espero que todos tenham um dia a oportunidade de provar esse sentimento especial, necessário. Mais uma vez obrigada.

Anônimo disse...

Nossa é diferente o livro do filme!
como pode! Fizeram uma adaptação para o filme só pode!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ñ teem mt haveer com o filme mesmo , mais a ecência éh a mesma e asho que ate mais emocionantee , o filme é uma versão mais recentes dos fatos .. ADORAAVELL .d

Romancee , tão bom qto em filmee ou em livro !
mt mt mt mt bom mesmo '
asho impossiveel algueem ñ chorar ao ler ou assistir .

asho q por mais triste qee a historia acabe , há algum motivo qe nos faz querer um amor igual !
* claro mudando oss Fiinss .

Mais ñ ah como ñ desejar um amor verdadeirroo assiimm .

PERFEITOOO !

Anônimo disse...

Obg , por postar !
ñ tinha encontrado o livro para baixar ou compar.. talvez pelo nome ñ ser tão original "UM MOMENTO INESQUECIVEL" , ficaria mto mais apropriado a tradução , mto mais bonito tbm !

Romances (livros e Filmes)

1. UM AMOR PARA RECORDAR
2. P.S. EU TE AMO
3. E SE FOSSE VERDADE
4. CREPUSCULO
5. LUA NOVA

* e acredito que os demais livros da Saga Crepusculo fazerão tanto sucesso quanto os primeiros filmes !

PERFEITOO | ²
adoro romances e esse fica em 1° na minha lista ..

Elexandra Martins disse...

Não é, como ocorre em outros casos, fiel ao filme mas, ainda assim aessência é a mesma.
O livro, um dos melhores que já li( e eu leio um por semana), inspirou um dos filmes mais belos que já vi.

Recomendo as obras de Jane Austen e o filme Orgulho e Preconceito. Acreditem:o filme é maravilhoso!

Anônimo disse...

Eu fiquei confusa se a jamie morre ou se ela sobrevive.Sera que alquem poderia me responder se ela morre ou sobrevive ?

Anônimo disse...

adorei esse file faz parte de mim me completa nunca mais vi um filme sem igual um dia espero que eeu tenha uma paixao assim

Anônimo disse...

tenho uma vida inteira para viver e com esse filme aprendi realmente o que é amar

Anônimo disse...

tenho uma vida inteira para viver e com esse filme aprendi realmente o que é amar

Anônimo disse...

O livro é mesmo muito lindo, nao é fiel ao filme, mas como todos ja disseram é com os mesmos personagens, transmite a mesma mensagem. Espero um dia viver um momento tao inesquecível como este. Só podia ser Nicholas Sparks mesmo, pra nos presentear com uma história tão linda como esta.

de livros recomendo:
UM AMOR PARA RECORDAR
SAGA CREPUSCULO
QUERIDO JOHN
UM DIARIO DE UMA PAIXAO
A ULTIMA MUSICA
e estou lendo agora LABIRINTO é um livro muito grande, mas compensa, até agora a historia está ótima

herika disse...

amei....muitooo lindooo... nunca assisti o filme mas gostaria muito de assistir se alguem tiver como me indicar o filme pra baixar em um site seeguro fico muito grata... mas mesmo assim amei esse livro muitoo lindoooo.. choreii muitoo